20.8.10

Incoerências


Deixa-me esquecer, liberta-me das tuas palavras e dos grilhões que me prendem a esta ilusão absurda. Quero poder fugir desse teu gesto singelo que eu tanto quero compreender.
Faz ou desfaz o meu coração sem piedade, eu imploro-te. Acaba com todas estas incertezas que me sufocam. Não aguento ficar mais à espera de uma resposta, de uma certeza. Preciso de saber. Agora.  Porque o tempo esta a perder significado para mim, nesta sucessão interminável dias vazios, sem qualquer sentido.
Explica-me porque me arrastaste neste jogo de palavras em que eu, ingenuamente, quis (e quero) acreditar. Tu que gostas tanto de palavras, diz-me o porquê deste ardor doentio que se recusa a desaparecer. Disseste-me que o tempo atenua a saudade e eu fiquei à espera. Eu acreditei em ti, mas o tempo passou e a saudade continua.  Porque é que me deixaste acreditar nas tuas palavras vagas? Eu estava cega e tornei-me um bicho irreal, escrava dos meus próprios sonhos e de ilusões infundadas e absurdas. E agora eu, ou a sombra do que pensei ser, deambula pelas escuridão das ruas, sem rumo.
Mas, apesar de tudo o que (penso que) mudou sei que valeu a pena ousar questionar certezas incertas. Já valeu a pena que me resgatasses à minha tristeza em muitos dias sombrios... Podes não ter percebido ou, então, não quiseste ver os sentimentos que despertaste em mim, mas sei valeu a pena. Todos os momentos fugazes, os sorrisos, as palavras valeram a pena, para mim.

Entretanto, espero...

...por ti.

foto: http://jjap.deviantart.com/gallery/#/dgild1