11.4.11

Image and video hosting by TinyPic

Questiono-me constantemente se percebes que as lembranças dos momentos que passámos me perseguem todos os dias, mesmo apesar do tempo que passou? Cada pequeno momento em que olho para ti vejo tudo o que poderia ser e simplesmente não te consigo dizer nada. Não consigo voltar a falar contigo normalmente nem sequer perguntar-te como estás. Mas se pensas que não falo contigo por vontade própria enganas-te. Acredita que, acima de tudo, o que mais queria era manter-te como amigo, mas o facto ser acometida por uma inexplicável falta de palavras sempre que te vejo impede isso. E sim, é isso que me mata todos os dias.

I see your hair is burnin'. Hills are filled with fire. If they say I never loved you,You know they are a liar.

O cansaço está a apoderar-se lentamente de mim. Já não consigo pensar nem sentir mais. Estou cansada de fingir que não se passa nada. Eu sei! Talvez me esteja a tornar numa pessoa falsa e amarga, mas também já não sei mais quem sou. (E será que quero saber quem é esta pessoa em que me estou a tornar?)

Já não sei  se tenho mais forças para esboçar um sorriso e rir-me na altura certa ou para falar quando as palavras não aparecem. E, acima de tudo, não sei se quando me voltar a cruzar inesperadamente contigo vou conseguir dirigir-te um "olá" como se nada se passasse. Será que fazes ideia do quão é difícil me é proferir essa simples palavra e ver-te aparecer assim? Ou sequer do esforço que exigem os sorrisos forçados depois de te afastares? Não é que me sinta contente ou orgulhosa de representar este papel inútil, mas já não suporto responder novamente às perguntas preocupadas preocupadas e habituais "Estás bem?" ou "O que é que tens?". 
Não quero responder mais a essas perguntas. Não quando tudo o que precisava neste momento era que te sentasses ao meu lado sem proferir uma única palavra, sem perguntas já desgastadas, para que no silêncio do teu olhar percebesse que tu me percebias.

´

.

Preciso de escrever...
Preciso de voltar a escrever mesmo quando as palavras desenhadas no papel parecem cravar-se dolorosamente no meu corpo, agitando-se dramaticamente sob o meu olhar. Tenho de continuar, ainda que cada palavra arraste consigo lágrimas guardadas que resistem a cair.