O cansaço está a apoderar-se lentamente de mim. Já não consigo pensar nem sentir mais. Estou cansada de fingir que não se passa nada. Eu sei! Talvez me esteja a tornar numa pessoa falsa e amarga, mas também já não sei mais quem sou. (E será que quero saber quem é esta pessoa em que me estou a tornar?)
Já não sei se tenho mais forças para esboçar um sorriso e rir-me na altura certa ou para falar quando as palavras não aparecem. E, acima de tudo, não sei se quando me voltar a cruzar inesperadamente contigo vou conseguir dirigir-te um "olá" como se nada se passasse. Será que fazes ideia do quão é difícil me é proferir essa simples palavra e ver-te aparecer assim? Ou sequer do esforço que exigem os sorrisos forçados depois de te afastares? Não é que me sinta contente ou orgulhosa de representar este papel inútil, mas já não suporto responder novamente às perguntas preocupadas preocupadas e habituais "Estás bem?" ou "O que é que tens?".
Não quero responder mais a essas perguntas. Não quando tudo o que precisava neste momento era que te sentasses ao meu lado sem proferir uma única palavra, sem perguntas já desgastadas, para que no silêncio do teu olhar percebesse que tu me percebias.
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